Há um bom tempo percebo que as pessoas da minha idade (eu incluso) não são exatamente felizes. Não to falando que vai todo mundo pra uma ponte fazer suicidio coletivo, mas não são poucas pessoas que olham para o futuro com medo e ansiedade. Pare para pensar, você tem vinte e poucos anos, as cobranças começam.
Tem que trabalhar, ser bem sucedido, começar uma família. O mundo chama, tá na hora de ser adulto. Mas quem, com vinte cinco anos tá preparado pra construir tudo isso? Alguem perguntou se a gente quer tudo isso? A gente nem sabe se fez a faculdade certa, o que quer pro futuro.
Falam que as pessoas de vinte e poucos anos tem todas as possibilidades na mão, e fazem parecer que isso é uma coisa boa, não é. Não é reconfortante saber que todo o seu futuro depende do que você fazer agora. Também não é reconfortante perto dos trinta ser dependente ainda dos pais.
Eu via tudo isso, na minha vida e na dos meus amigos, agora que eu descobri: somos uma geração em crise, com direito a teorizações sobre o tema e vários livros de auto-ajuda.
4 comentários:
O pior é perceber que é o último dos 20 "e poucos" anos. Já passa da metade e agora é 20 "e muitos", e eu não fiz metade das coisas que eu planejava fazer.
Todas as fases apresentam desafios singulares. Isso não passa, não muda. Se for crise, então a crise é crônica, só mudam os motivos centrais de cada idade e geração. Beijos
Isso me lembra de uma amiga que aos 24 só fala em cremes antiidade... relaxa que isso é só por causa do simbolismo dos 25... aos 26 tudo passa!
Li a mim mesma no seu texto. Eu, nos meus 24, tô numa crise sem precedentes. Larguei um curso depois de 4 anos - sem me formar - comecei um outro completamente controverso, mas não tenho certeza de que é o que eu quero mesmo. Não sei se quero continuar casada ou se quero aproveitar a solteirice, também não sei se quero me casar de novo um dia, nem se quero ter filhos - e eu já quis tê-los. Não tô trabalhando, mas preciso de dinheiro... Aff! É muita coisa. Sem contar as pessoas que ficam zunindo no meu ouvido: "faz isso", "faz aquilo", "você não vai fazer isso?", "você fez isso?".
Descanso, please.
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